sábado, 9 de novembro de 2013

O que pode explicar a estratificação de gênero no Brasil?

Mulher aconselha que “Se o seu marido alguma vez descobre "que ela anda preparando outro café fresco” pode apanhar www.guerrilhanerd.com



              Para inúmeros problemas do nosso país, neste ano de 2013, minha opinião é de que muitos deles são causados pelo conservadorismo de muitos dos nossos costumes. Sinceramente não sei se “conservadorismo dos nossos costumes” possa parecer um tanto quanto redundante (se no próprio costume fica inerente seu conservadorismo), mas não abriria mão deste determinante ao ainda presenciar mazelas como a estratificação de gênero num país tão miscigenado como o Brasil.

             No entanto, se é que existe algum culpado, infelizmente ainda não tenho certeza. Ou melhor, se há pelo menos uma culpa por dolo. De fato, numa sociedade fundada sobre preconceitos, as mulheres constituem um dos grupos sociais mais marginalizados deste país. No entanto, por mais incrível que possa parecer (pelo menos a priori), não consigo imaginar que fruto de uma decisão individual consciente algum homem ainda possa acreditar numa possível situação superior sua em relação às mulheres.

               Acredito que muitos dos valores dos quais o nosso país ainda preza como primordiais não só o subjuga ao comando de uma elite hegemônica, capaz de controlar grandes mídias tradicionais para seus objetivos econômicos, mas também o mantem arraigado sob uma série de preconceitos conservadores, que em nada contribuem para a construção de uma sociedade igualitária, com respeito às diferenças.

              O vídeo que assisti durante uma aula de S. Jurídica¹, especificamente, sintetiza a visão de subjugação que ainda existe entre gêneros também em países considerados “desenvolvidos”, como o Canadá, idêntica ao Brasil. Não só presente mas também cultivada pelo mercado publicitário, visão arcaica que quase sempre é assimilada sem devida reflexão pela maioria de nós. Retomando a questão de possível culpado dessa visão (pelo menos considerando-a como fruto de uma vontade consciente de subjugação das mulheres), por meio de dados, vemos também os próprios homens como vítimas de seus preconceitos, arraigados numa sociedade que não respeita a si mesma, muito menos o considerado diferente.

                Também numa aula de S. Jurídica, li uma reportagem relatando o estupro de uma jovem israelense² a qual acredito sustentar minha opinião. Assim como um juiz aposentado, candidato preferido do primeiro-ministro de seu país a presidir o Tribunal interno de um partido consegue imaginar alguma possível satisfação da mulher durante o estupro, não vejo outra justificativa a não ser o peso que falácias e costumes ainda podem desempenhar sobre qualquer um de nós, independente de classe social ou escolaridade.

             “Juntos e misturados”. No Brasil, difícil é nos considerarmos negros ou brancos, afinal nossas raízes estão muito além das nossas características físicas. No entanto, numa sociedade ainda bastante conservadora e preconceituosa, não seria hipócrita a ponto de não dizer que a cor da pele e o seu gênero “dizem muito sobre quem você é”. 

                 Neste momento, não me lembro ao certo ter sofrido alguma discriminação do tipo (talvez tão somente por ser homem e ser considerado branco). No entanto, ao falar sobre o assunto, me lembro de presenciar um homem no início deste ano, olhando para uma manifestante descamisada, durante a Marcha das Vadias, dizer algo do tipo: “Tá vendo? Depois elas querem que a gente respeite”.

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Other side? Que tal um outro lado? http://lorpheus.com/

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¹ http://www.youtube.com/watch?v=HaB2b1w52yE, vídeo com as representações das mulheres e dos homens pelos comerciais de TV no Canadá.

²Leia a reportagem na íntegra:

 Reprodução/haaretz.com
"Algumas meninas gostam de ser estupradas", diz juiz durante julgamento em Israel              
Depois de polêmica, juiz perdeu apoio do premiê Netanyahu

Ao afirmar que "algumas meninas gostam de ser estupradas", durante a audiência de um caso de estupro de uma menor, hoje com 19 anos, um juiz causou polêmica entre a população de Israel. A declaração foi feita pelo aposentado Nissim Yeshaya, que  continua atuando em alguns casos de apelação institucionais 
no Distrito de Tel Aviv.

Segundo a imprensa nacional, o magistrado surpreendeu os participantes da audiência da Comissão de Apelação da Previdência Social, realizada nesta terça-feira (5), com o comentário, gerando protestos revoltados e condenações de todo o espectro político local. Na ocasião, a vítima não estava presente.

Após o comentário, foi pedido a interdição imediata de Yeshaya, aposentado há quatro anos e que atua como presidente de tribunais administrativos e de orientação. O pedido foi feito à ministra da Justiça, Tzipi Livni, pela presidente da comissão parlamentar para o Status da Mulher, Aliza Laví.

O crime

A jovem tinha 13 anos quando foi violentada por quatro palestinos. A advogada de defesa, Aloni Sadovnik, descreveu a declaração do juiz à rádio do exército israelense. "Ele nem sequer percebeu o que acabava de dizer. Não entendia por que todo mundo estava em silêncio ao mesmo tempo."

Após a polêmica, Yeshaya tentou se defender. "Estão tentando conseguir publicidade às minhas custas. Eu não acho que a vítima de um estupro não sofra danos com ele ou que o estupro não seja um crime grave. [Meus comentários] foram mal interpretados."

O juiz era o candidato preferido do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, a presidir o Tribunal interno do partido Likud, mas hoje o governante retirou seu apoio porque "uma pessoa que se expressa assim não merece o cargo".

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Se as novelas fossem o único meio de informação no país, como seria?



Imagem: http://www.marciacosmeticos.com.br


           É grande a influência que as novelas desempenham sobre a vida e o comportamento do povo. Muito além de entretenimento e negócio comercial lucrativo, as novelas influenciam e modificam a visão de mundo que muitos de nós brasileiros  temos acerca da realidade.
                
             Com contribuição tanto positiva quanto negativa, as telenovelas se apresentam como o principal meio de difusão do gênero. Principalmente na TV aberta, as novelas se tornaram objetos de batalha entre grupos tradicionais de comunicação de massa devido ao grande número de lares por elas alcançadas.

               De fato as novelas são uma grande fonte de distribuição de informações. No entanto, hipoteticamente considerá-las de maneira unívoca conquanto única fonte de informação ao nosso país sem dúvida alguma traria enormes distorções.

             No Brasil, diariamente, poucos não são os casos de novelas que mantêm visões arcaicas acerca da sociedade e tentam disseminá-las como padrões que deveriam ser seguidos por todos aqueles que gostariam de se integrar a um grupo possivelmente considerado “melhor”.

           Ideologias diariamente são disseminadas das quais, devido ao ainda baixo nível de acesso da maioria da população à educação, não podem ser claramente identificadas e criticadas por todos. Pensamentos unilaterais muitas vezes retratados sem um contraponto, amplamente divulgados por novelas criadas e recriadas pelos mesmos autores e financiadas pelos mesmos grandes grupos comerciais.

           Principalmente na TV aberta, frequentemente nos deparamos com novelas que expõem personagens que se tornam ídolos por cometerem atividades ilícitas das quais acreditam serem o caminho mais fácil de “vencer” na vida. 

        Determinados grupos sociais constantemente são representados com papeis marginalizados e caracterizados negativamente até mesmo pelo seu sotaque (caso frequente com os nordestinos que se encontram na região Sudeste). Conteúdos indevidos são indiscriminadamente disponibilizados a todos sem qualquer adequação eficiente à idade, além de vários outros inúmeros problemas que estão relacionados ao compromisso desse gênero exclusivamente com seus acordos publicitários.

            Fazer das novelas único meio de informação representaria um retrocesso à Democracia em desenvolvimento no nosso país. Na luta por um Brasil mais justo e menos conservador no trato aos seus cidadãos, a novela como única fonte de informação não seria capaz de representar em seus personagens todas as características e problemas que devem ser combatidos num país tão miscigenado como o nosso.

            De fato as novelas não constituem por si só de todo ruim quanto aos seus assuntos abordados, principalmente quando retratam tabus cotidianamente. No entanto, como qualquer outro meio de comunicação, não há melhor remédio que não a heterogeneidade de informações para que possamos ter acesso a conteúdos que possibilitem um olhar diferente do que estamos acostumados a ver como “verdadeiro”.

            Principalmente pelo seu poder de influência e alcance num país como o nosso (onde a maioria da população não tem acesso digno à educação) considerá-la como única fonte de informação à sociedade, do contrário à promoção de cidadãos, promoveria tão somente uma legião de indivíduos alienados, os quais impossibilitados de reconhecer até mesmo a si próprios.






Imagem: http://revistavilanova.com


quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Pra lá de Cega


           No Brasil, a justiça é cega, tardia e falha. Não quero dizer que eu não acredite que não haja justiça em algumas das sentenças julgadas em nosso país, mas sim que, analisando-se os julgados em sua maioria, o que acredito é que há uma grande supremacia da injustiça na maioria das nossas decisões.


            O justo no nosso país cada vez mais se mostra tão raro e restrito a um seleto grupo de pessoas que sem dúvidas podemos considerá-lo uma injustiça. Nos países considerados civilizados, sob a influência grego-romana, a deusa justiça aparece de olhos vendados em alusão à sua neutralidade e imparcialidade mediante a consideração de todos os cidadãos iguais perante a lei. Contudo, no Brasil, “civilizado” ou não, no dia a dia o que vemos é a inoperância e deficiência do poder Judiciário no trato aos cidadãos que possuem bons advogados e os que estão simplesmente à mercê do ordenamento jurídico, principalmente quando o assunto é execução penal.


            A ação penal 470, “O Mensalão”, hoje à tarde, pode se tornar mais um fiel exemplo dessa situação. Com a infinidade de recursos e possibilidades para se postergar a decisão dos magistrados, hoje poderemos entender que o Supremo não é tão Supremo assim. Após os últimos nove anos destinados à coleta de provas e julgamentos, de trocas de ministros do STF durante esse período, a infinidade de recursos que somente uma minoria da população tem a possibilidade de apelar pode simplesmente anular e recomeçar do zero o julgamento para doze dos vinte e quatro condenados, mediante aceitação ou não dos chamados embargos infringentes pelos ministros.


            O contraste da nossa justiça é cada vez mais evidente. Isso, tanto no momento do julgamento quanto no cumprimento das penas, às quais, de maneira recorrente, casos de pessoas que deveriam estar soltas após devido cumprimento de suas penas, estão simplesmente esquecidas dentro do nosso arcabouço carcerário.  


            Desde 2008, mutirões carcerários, organizados pelo Conselho Nacional de Justiça, identificaram mais de 45 mil irregularidades no cumprimento das penas dentro dos nossos presídios. De pessoas que há muitos anos poderiam cumprir o restante de suas penas sob regime semiaberto a pessoas que pagaram sua dívida com a sociedade e deveriam estar soltas a mais de 24 anos, como caso recém descoberto de um senhor no Ceará de aproximadamente 80 anos de idade, que deveria ter sido solto em 1989, mas ainda em 2013 fora encontrado num instituto psiquiátrico para criminosos no Ceará.


            Em relação ao caso “Mensalão”, por exemplo, não há dúvidas de que nenhum dos condenados, caso um dia tenham de cumprir de falto suas penas, não passarão sequer um dia a mais num presídio. Pois amplamente protegidos por seus caríssimos advogados, utilizam-se das minúcias e até contradições do nosso sistema jurídico para serem defendidos.


            Muito além da crítica à não igualdade de condições para todos perante às leis critico também a maneira como as leis estão postas em nosso Direito em relação à sua execução. De forma alguma sou contra princípios fundamentais do nosso Direito, como o devido processo legal, por exemplo, que garante a possibilidade de recursos e de tempo considerável para análise das provas no intuito de que as decisões dos magistrados sejam as menos arbitrárias possíveis.


            No entanto, é preciso não só que busquemos estender tais direitos a todos os brasileiros, mas também não nos olvidemos do compromisso com a  decidibilidade dos nossos tribunais e não permitamos que os recursos utilizados nas sentenças sejam utilizados meramente como artifícios, com o objetivo de dar infinidade ao processo, não à busca pela justiça.
            Que o significado de justiça é multívoco e que há a possibilidade de que haja muitas concepções acerca do vocábulo em nosso país não tenho dúvidas. Mas também acredito que todos nós, cidadãos brasileiros, convergimos em muitos desses sentidos e não vejo outra alternativa para a nossa sociedade senão requerermos reformas estruturais e éticas nos poderes Judiciário e Legislativo, que impossibilitem a manipulação do aparato público em prol de uma minoria que se julga acima das leis e da sua aplicação. Infelizmente, possibilidade existente hoje, mais uma vez, na análise do embargos infringentes pelo STF.


 Imagem:www1.folha.uol.com.br/ Homem de aproximadamente 80 anos permanece em instituto que abriga infratores após pena ser extinta em 1989

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

?PaLaVRaPalaVra?

                                                                               01/08/13      20:40/00:00




A palavra realmente é algo que me fascina. Para uma infinidade de problemas da vida, é dela que encontro respostas. Entre mim e as palavras acredito que há uma forte ligação: com a palavra encontro conforto e tranquilidade. Sem a palavra, há momentos tão difíceis que parecem inexoráveis, pois não se vão nem mesmo com o tempo.

Nessa relação entre mim e a palavra, contudo, devo admitir que nem tudo são flores. Volta e meia fico com um pedaço da minha cabeça encucado com alguma de suas facetas. Na escrita ou na fala, muitas são as minhas dúvidas em relação ao seu uso, muitas são as sensações que o seu uso me traz e estranhas são as conseqüências que elas podem causar até mesmo a terceiros- para quem não disse ou escreveu nada.

Porém, ainda que me traga muitos benefícios, por menor que seja, devo admitir que há um problema nessa relação. Ainda não tenho certeza se esse problema é tão somente entre mim e aquele livro chamado gramática que nos insistem jogar goela baixo, mas do que posso afirmar, diante de minha “longínqua” trajetória de dezenove anos que não vos julgueis caso considerei-a curta, é que há momentos em que as palavras, ditas ou escritas, geram em mim um enorme desconforto.

Às vezes penso que esse problema pode ser tão somente da quantidade de regras que acho desnecessárias contidas nesse livro o meu maior problema. Quanto à utilização de suas regras gramaticais que acabam por definir uma só determinada maneira que eu tenha de dizer ou falar numa série de situações ou tão somente pelo conservadorismo que ainda a ronda por continuar nas mãos de alguns senhores parados no tempo do Dia do Fico.

Entretanto, com o passar do tempo, entendi que essas alternativas não eram o meu problema, ou infelizmente o maior de todos eles. Isso, pois, além da minha implicância em relação à infinidade de normas de utilização das suas amigas próximas, como as vírgulas, muitas vezes a dificuldade que encontro nas palavras é quando elas já estão prontas para saírem de minha boca, prontas para eu falar, ou quando estou a finalizar um texto e não consigo pensar em algumas poucas palavras com tamanha afinidade sem que os meus pensamentos entrem em ebulição.

Hoje em dia, fico intrigado cada vez mais ao pensar numa possível relação existente entre elas. Depois da primeira palavra escrita no papel há alguma que deve ser a próxima? Na prosa ou no verso, como é possível estruturá-las de maneira lógica e acessível ao entendimento de outras pessoas distribuídas numa série de linhas? Como é possível dizer e elucidar um assunto numa prosa de várias páginas sem desdizer tudo aquilo que já foi dito com outras palavras numa extensa sequência?

Dessa inquietude em relação à lógica das palavras, sinto muitas vezes sensações antagônicas principalmente quando escrevo. Ainda que na escrita encontro refúgio e paz por conseguir despejar e inundar meus problemas e ansiedades num simples papel, estou num momento em que a escrita tem sido concebida de maneira cada vez mais difícil (se é que concebida é o termo correto). Não entendo se são normais algumas dificuldades que sinto quando falo ou escrevo, se tais dificuldades são tão somente causadas por momento ou por falta de costume, se levar um tempo maior que a média das pessoas para escrever um texto não é algo que mereça tanta atenção, ou se isso é tão somente falta de organização ou aptidão...
...Sinceramente ESPERO QUE NÃO!

Neste ano, tive a sorte e o privilégio de assistir a uma palestra de um dos maiores poetas ainda vivos no nosso país, Ferreira Gullar. Achei ainda mais interessante o seu discurso no momento em que o poeta fora indagado por alguém da platéia sobre uma possível afinidade entre as palavras. Com grande surpresa, inicialmente achei engraçado que outras pessoas compartilhavam a mesma dúvida que a minha e até mesmo pensei que eu não deveria ser tão bizarro a ponto de levantar questões tão “normais” como essa, ao mesmo tempo em que ascendeu-me um pouco de esperança e ansiedade ao pensar que o poeta saberia a resposta e a me diria naquele momento e eu ficaria em feliz, tão somente feliz!

(parada para um “café”, seis dias depois...) 07/08/2013

Segundo Gullar, não há nenhum compromisso entre elas. Para ele, um poema feito por um autor, uma vez perdido ou rasgado, nunca mais pode renascer com as mesmas palavras, mesmo que escritas pelo mesmo autor. A título de exemplificação, Gullar contou à platéia sua tentativa de refazer um poema, com o mesmo título e as mesmas palavras, pois não o achava em sua casa e gostaria de relê-lo. Sete anos mais tarde, na última gaveta de sua escrivaninha, Gullar nos contou que reencontrou o poema perdido e decidiu compará-lo ao “velho-novo” poema escrito diante da ausência do original. Entretanto, segundo ele, a não ser pelo título, nenhum sentido nas palavras poderia ser visto igualmente entre os dois, nenhuma palavra estava posta de maneira análoga entre eles, a intensidade com que foram usadas as palavras nos dois poemas não era a mesma, e assim o acaso era a única relação plausível que parecia existir entre elas.

Alguns meses depois, confesso que continuo com algumas dúvidas relacionadas entre o acaso ou o ordenamento existente entre as palavras. Da mesma maneira que Gullar alegou a existência do acaso, não duvido que encontre outros poetas tão geniais quanto que me alegarão a afinidade e ordenamento necessário que existe entre elas. Diferentes tentativas de explicações para tentarmos entender tamanho poder que elas desempenham sobre nós.

Depois de muita reflexão, decidi que, pelo menos neste momento, o melhor caminho para eu me despreocupar com a fala e a estruturação dos meus textos é não buscar um abismo entre o Caos e o Cosmos em relação à afinidade entre elas. Não escondo a minha preferência pelo acaso, que deve ser o responsável por nos possibilitar sermos ao mesmo tempo tão iguais e diferentes a cada dia, quando conversarmos com alguém que amamos ou quando simplesmente falamos consigo mesmos. Mas apesar de minha preferência pelo acaso, não julgo aqueles que se sentem mais confortáveis em acreditar que as palavras, que foram ou que serão ditas por nós, já foram escritas por algo ou alguém em algum lugar e que não temos condições de modificá-las durante o decorrer da nossa vida.


Pelo menos temporariamente, busco a naturalidade como o melhor caminho para todas elas.




???












quinta-feira, 18 de julho de 2013

"Prominto" parar de mentir

           Está aqui. Minha primeira participação numa Audiência Pública. Salvo o nervosismo diante do público e perante a inércia dos nossos governantes, esta Audiência ocorreu na Câmara Municipal de Nova Lima no dia 17 de abril de 2012. Infelizmente, ainda a situação do transporte coletivo é a mesma. Mas, a vontade e a crença de que a mudança é possível só aumenta a cada dia.




segunda-feira, 8 de julho de 2013

Algo nos une



Em meio a inúmeros protestos e reivindicações, os meses de abril a julho de 2013 representaram um marco na vida política brasileira. Se antes a insatisfação da população com os rumos do país se manteve refém do silêncio de políticos e das mídias tradicionais, em conjunto, o povo decidiu sair às ruas em busca dos seus direitos.


Das manifestações que ocorreram, muitos brasileiros puderam finalmente resgatar o espírito revolucionário do nosso povo, que, ao contrário do que muitos pensam, em nenhum momento da nossa história se contentou com a hegemonia das classes minoritárias.


Com os movimentos sociais que se insurgiram, também presenciamos o claro posicionamento reacionário de clãs familiares que ainda se mantêm no poder por meio da manipulação da opinião e da administração pública. Famílias que insistem em usurpar o patrimônio e a ideologia pública brasileira para interesses particulares, jornalistas e políticos que durante semanas simplesmente uniformizaram como vândalos milhares de pessoas que foram duramente reprimidas por “cães de guarda” treinados para combater os seus próprios semelhantes.


 Mesmo respeitando, infelizmente presenciei também durante algumas semanas posicionamentos contrários de amigos às manifestações. Cada um com seus argumentos criticaram duramente o movimento, o que me fez refletir acerca do assunto.


 Dentre várias opiniões, contudo, percebi que muitas justificativas por parte dos que não concordavam possuíam semelhanças. Semelhanças essas que punham em xeque a validade do movimento pelo não posicionamento anterior do povo frente a assuntos possivelmente mais importantes, como a PEC 37 e o projeto conhecido como “Cura Gay”. Além disso, questionamentos quanto à sua eficácia, considerando-se a falta de líderes às manifestações, o que facilitaria, segundo alguns, a manipulação dos movimentos, por alguma entidade com o objetivo de dar um golpe.




Pois bem, para mim, o que tive certeza com essas respostas e que, creio, continuará me intrigando ao longo de minha vida é o conservadorismo, o costume radical e até mesmo, desculpem-me o termo, a quantidade de pessoas caretas que vivem em nosso país em pleno século XXI. Isso, fato também que infelizmente reflete inúmeros problemas que ainda existem neste país, como preconceito, homofobia e qualquer outro tipo de discriminação em geral.


          Das opiniões contrárias aos movimentos, o que pude entender foi o peso que falácias e tradições ainda têm em nosso país. Por exemplo, da história que dizem que “O Gigante Acordou”. Hoje, já não tenho mais dúvidas da precariedade não só de boatos conservadores que rondam o Brasil, mas também da má influencia de muitos livros didáticos de autores que simplesmente desconstroem a historiografia do nosso país, retratando-nos apenas como um povo omisso, apaixonado e cego pelo futebol, avesso a qualquer participação de fatos importantes que transformaram a nossa história.


História essa a mesma que considera que o povo apenas assistiu à Independência bestializado, de que a escravidão fora abolida no Brasil apenas pela pressão inglesa e de que todos os governos que se aproximaram das massas foram meramente assistencialistas, populistas e caçadores de votos.


Dos movimentos em 2013, o que houve foi um resgate da vontade política em nosso país em retomar o direito de poder escolher sobre o seu futuro  assim como nossos  antepassados lutaram  para permitir que milhões de pessoas possam sair às ruas hoje em busca daquilo que acreditam.


          Em relação à falta de um possível sentido, um foco, e de líderes que, possivelmente, poderiam dar Unidade a estes movimentos, minha opinião também é contrária. Em nada podem ser considerados inferiores estes movimentos por não terem sido convocados por uma Central Sindical ou por um partido político específico, por exemplo. Aliás, o modo como foram organizadas as nossas manifestações refletiram uma tendência mundial de movimentos horizontais, um passo importante para a maturidade do Brasil, que vive numa democracia ainda jovem, que permite, sim, a participação direta do povo na sua construção.


 Contudo, mesmo criticados por não terem um possível foco definido, ao contrário, acredito que houve sim um algo que uniu e que possibilitará a todos esses movimentos surtirem efeitos não só agora, mas também ao longo das décadas.


  Dos vários cartazes exigindo os mais diversos direitos, em todos eles pode ser visto uma vontade homogênea por maior participação política, por maior respeito dos agentes públicos que se encontram no poder que é do povo e por maior dignidade à população que não suporta mais encarar escândalos que afrontam o povo brasileiro.


Cartazes na Universidade Federal de MG

  Definitivamente, o gigante não acordou. Isso, pois, garanto a vocês que o Brasil nunca havia dormido. Na verdade,  passamos neste momento por uma consolidação da nossa confiança e aos poucos entendemos que somente juntos superaremos as desigualdades enraizadas neste país e a crise Institucional a qual estamos à beira do abismo.


               Amplamente apoiado pela maioria dos brasileiros, oito em cada dez, segundo o DataFolha, devo admitir que não concordo com tudo o que aconteceu nessas manifestações. Infelizmente, assim como houve milhões de pessoas que foram às ruas de maneira pacífica para lutar pelos seus direitos, de fato minorias exaltadas se rebelaram por meio de caminhos não democráticos contra a ordem pública autoritária, o que não se justifica. Entretanto, mais do que simplesmente condenar essa minoria e cunhá-la como vândala, é plausível entendermos que poucas pessoas tiveram oportunidades, quiçá privilégios, de aprenderem dentro de uma escola ou em suas casas que o povo não precisa utilizar da violência para transformar o seu futuro, mas sim de DEMOCRACIA, a qual nos garante o poder legítimo de mudarmos o nosso país de maneira legítima.

            A todos, incentivo participarem desse momento tão importante da história do Brasil. Como podemos ver, o que muitos criticavam que supostamente não dávamos a devida importância como a PEC 37 e a “Cura Gay” foram barrados no Congresso, sem dúvida alguma, devido às manifestações. Além disso, embora ainda poucas, outras importantes conquistas já foram alcançadas, como royalties do pré-sal destinados à educação e à saúde, projeto que estava engavetado nos arquivos de Henrique Eduardo Alves, presidente da Câmara, que dificilmente seria votado.

           
             Quero deixar claro que em hipótese alguma quero que vocês simplesmente concordem com a minha opinião sem devida reflexão sobre o assunto. Realmente, o que escrevi acima não posso garantir a ninguém que esteja correto, que seja verídico. Mas, digo a vocês, que ainda acredito no poder do povo. Por favor, vamos dar crédito ao movimento para mantermos  viva a vontade pela transformação da organização da nossa sociedade, a qual penso ter chegado infelizmente num estágio insuportável de irracionalidade. VAMOS, BRASIL!

                 
Pampulha, junho de 2013

Carta aberta

                                                                              

Olá, pessoal. Novamente, abro uma página do World para tentar justificar o meu afastamento nada temporário do Veraneio Vascaína. Dessa vez, gostaria pelo menos de concluí-la de maneira que eu possa postá-la neste blog.

Pelo menos até agora, diferentemente do que eu pensava, acreditei que neste ano eu escreveria sobre diversos temas e simplesmente inundaria este blog com uma centena de postagens. Ainda muito preocupado e ocupado com o Vestibular em 2012, na faculdade, caso eu passasse/o que aconteceu, pensei que seria muito bom para o blog, pois teria mais tempo para escrever.

Contudo, embora tenha me dedicado bastante no primeiro período, não utilizarei como desculpa que não foi possível, até então, tirar um tempinho para escrever. Que uma ou duas horas de minha semana não pudessem ter sido reservadas ao blog, aliás, o que fiz, mas muito pouco, e achei que não valeria a pena uma publicação.

Como podem notar, este Veraneio se acomodou um pouco. As postagens, que antes eram no máximo mensais, tornaram-se cada vez mais escassas. O número de acessos, que chegou a mais de 200 por semana, hoje se amarga com o meu, às vezes.

Durante alguns meses, confesso, fiquei um pouco triste por não conseguir dar continuidade ao Veraneio. Assim, comecei uma série de questionamentos a mim mesmo sobre os por quês que antes me motivavam e agora, pelo menos aparentemente, não mais.

Com a vontade de voltar a escrever e manter rejuvenescido este blog, busquei novas alternativas que pudessem me motivar novamente. Convidei amigos para escreverem artigos, modifiquei algumas configurações e até mesmo procurei um novo nome que pudesse ser atrativo e sintetizar uma nova fase.

Mas, como veem, isso não deu certo. Ou talvez, não diretamente. Primeiro, penso que redescobri um fator simples, mas que para mim fora de suma importância:  que um blog necessita de algo muito maior do que tempo. Felizmente, a partir daí, com os vários por quês e algumas outras tentativas que não surtiram efeito de imediato, entendi que deveria me dedicar a uma única e exclusiva questão que aparentemente eu havia esquecido: O quê me faz escrever e postar neste blog?

Pois bem, acredito que a reencontrei. Quando eu decidi criar este blog, o fiz com dois principais objetivos: no intuito de fazer uma literatura (como muitos poetas dizem) de catarse e de despertar no maior número de pessoas que eu pudesse reflexão acerca da organização do nosso país. Por isso, optei não somente escrever nos meus cadernos a fim de encontrar um caminho que pudesse me possibilitar pelo menos um pouco de conforto em relação ao terrível cenário político brasileiro, mas também criei um blog com o objetivo de despertar o interesse em quem não mais acredita que podemos mudar o futuro do Brasil através da política.

A partir de hoje, quero novamente reativar este blog. Mas, antes disso, desde já esclareço que não colocarei esta como uma necessidade primordial. Da resposta que encontrei em relação à criação do Veraneio em 2011, agora mais tranqüilo, tenho aprendido a me expressar também de outras maneiras, de demonstrar a minha insatisfação e de tentar “contaminar” quem quer que esteja à minha volta para a vontade política por meio de formas em nada inferiores quanto à importância da prosa e da charge.  

Manifestações, folhetins, debates com os amigos, cobrança direta aos nossos representantes, conhecimento de novos caminhos tão eficientes quanto pode ser este Veraneio, que têm me possibilitado querer mais e continuar acreditando que somos capazes sim de mudarmos o futuro do nosso país. Com outros milhares de pessoas que se expressam de maneiras tão diversas e também não querem se acomodar diante da decisão do seu futuro continuarei fazendo o possível para manter este blog como espaço para reflexão.


Quero agradecer a todos vocês que pelo menos uma vez visitaram este Veraneio. Antes que eu me esqueça, é importante relembrar que continuo à procura de deixar este blog mais dinâmico, mais participativo, o que é essencial para um debate. Mesmo com os anos, confesso que não entendo como configurar algumas coisas! Até lá, novamente os incentivo a me enviar qualquer crítica ou opinião ao meu email.


Com vontade revigorada e alguns possíveis erros gramaticais, VAMOS MUDAR O BRASIL! 
Att; luccasrenato@hotmail.com


terça-feira, 11 de junho de 2013

ABAIXO A DITADURA

VERDADE, REPARAÇÃO, REFORMAS CONSTITUCIONAIS E JUSTIÇA! Não ao decreto de esquecimento. Para que nunca mais este episódio se repita na história do Brasil, Justiça de Transição completa e eficiente JÁ!


sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

A CUT e o PT




http://brasillimpeza.blogspot.com.br/2012/07/cut-pode-ir-as-ruas-para-defender-os.html



Na democracia brasileira, uma das maiores conquistas garantidas pela Constituição de 1988 foi ter assegurado ao cidadão o direito de se manifestar e se organizar em sindicatos, o que lhe garante um modo legítimo de defesa aos seus interesses. Entretanto, já a partir da década de 1990, muitas dessas organizações, como a CUT (Central Única dos trabalhadores), passaram a ser lideradas por representantes políticos, líderes que, ao invés de promoverem a estrita defesa aos interesses do trabalhador urbano, condicionaram-se à obediência às ordens de figurões políticos do país, remetendo-nos ao período do peleguismo no Brasil.


A CUT do Rio tem preparado uma série de manifestações em clara oposição às penas deferidas pelo STF a representantes do PT na ação penal 470, o mensalão. Líderes do sindicato, sob alegação de ter sido um julgamento político, creem que as sentenças do STF no mensalão devem ser anuladas, pois foram tomadas sob influência da mídia, da pressão popular e da oposição da base governista, com o objetivo de enfraquecer o PT. Diante de tal posição do sindicato e de seu histórico marcado por apoio ao partido dos trabalhadores, mais uma vez a maior organização sindical do Brasil parece refém da influência dos interesses de mandatários petistas, que estão no comando do sindicato, o que, novamente, nos faz repensar sobre a real atuação do sindicalismo no Brasil hoje.


Em declaração dada à Folha de São Paulo no dia 25 de janeiro, José Garcia Lima, dirigente da CUT-RJ e organizador das manifestações contrárias às punições a petistas no mensalão, crê ter ocorrido no STF “um julgamento político” e qualifica como “vítimas” os petistas condenados no caso, como o ex-ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu, e o ex-presidente do PT, José Genoíno.


Para José Garcia, não houve compra de apoio parlamentar durante o governo Lula e que, por isso, esse apoio dado a petistas não pode ser considerado subordinação da CUT ao partido (como muitos estudiosos creem acontecer), mas sim, segundo José Garcia, uma resposta democrática do maior sindicato do país a um julgamento político. Lima diz que não teme, com isso, ver a central vinculada com a defesa da impunidade, mas sim que tal posicionamento leva em consideração que “A CUT teme ser cúmplice de uma injustiça”.


Em favor dos petistas culpados pelo STF, Lima também reiterou a tese segundo a qual o caso não se tratou de compra de apoio parlamentar no Congresso a favor do governo Lula, mas somente da prática recorrente na política brasileira de caixa dois de campanha.


Para mim, soa como lamentável e no mínimo preocupante em pleno 2013 um sindicato da grandeza da CUT, com mais de sete milhões de trabalhadores representados, demonstrar-se ainda tão ligado a um partido político. Não sou contra a filiação partidária dos seus representantes, mas creio ser incorreta a posição de um líder como José Garcia, com tamanha influência sobre a classe operária no país, tomar essa posição de defesa dos condenados pelo STF pautado em sua figura de dirigente da CUT do Rio de Janeiro. 


Todos os brasileiros têm, sim, o direito garantido de se posicionarem contra ou a favor publicamente de alguma decisão deferida pelo nosso Judiciário. Entretanto, cabe-nos a tarefa importante de garantir esse direito a todos para que, segundo as suas próprias reflexões diante das sentenças, sem influências de organizações político-partidárias ou sindicatos, posicionem-se contra ou a favor de alguma decisão deferida pelos Tribunais.


A relação da CUT com o PT tem sido alvo de críticas até mesmo dentro do próprio Partido dos Trabalhadores. Ex-petistas como Fernando Gabeira, Heloísa Helena, por exemplo, em oposição à influencia do partido na CUT na década de 1990, abandonaram a sigla e ajudaram a fundar novos partidos políticos como o PV e o PSOL, hoje, partidos de oposição ao PT. A relação da CUT com o PT, por isso, e por sua recente nova empreitada em reverter as penas do STF, para muitos, há muito tempo deveria ser alvo de uma investigação a fundo da polícia federal, uma vez que, caso seja realmente comprovada tamanha influencia dessa sigla dentro da CUT, o poder de manifestação e autonomia do trabalhador urbano está subjugado aos interesses da classe dominante, da classe que está no poder e consegue se manter nele devido à sua influencia diante das massas.


Creio também ser lamentável a defesa por parte de um dirigente da CUT da tese de que o mensalão se tratou exclusivamente de caixa dois de campanha, e que, por isso, os envolvidos não podem ser presos, já que, segundo Garcia, não há nenhuma campanha política no país nos últimos 50 anos que tenha sido limpa. Acredito ser um absurdo esse tipo de posicionamento de um representante da classe operária do Brasil, país marcado em toda a sua história pelo poder das oligarquias políticas, que se mantêm no poder devido ao seu grande poderio financeiro e descumprimento das leis brasileiras.


 Diante do posicionamento da CUT em favor dos políticos petistas considerados culpados pelo STF e da importância dos sindicatos como resposta legítima do trabalhador aos patrões e empresários no Brasil, é possível inferir a real necessidade de apuramento das relações partidárias com o sindicalismo no país. Muito além do um bilhão de reais que os líderes de sindicatos movimentam anualmente com as mensalidades pagas pelo trabalhador brasileiro, o enorme número de trabalhadores filiados aos sindicatos podem ser facilmente coagidos a partir de interesses dos partidos políticos que desrespeitam as regras e corrompem a Constituição brasileira. É preciso também que a decisão do STF no caso mensalão seja respeitada, pois tal medida pode representar o início da verdadeira instauração do Estado de Direito no Brasil, onde todos poderão ser julgados igualmente, independentemente de sua classe social.  As sentenças deferidas pelo mensalão, realmente, podem causar insatisfação e descontentamento em líderes acostumados com a impunidade. Contudo, discordar de uma decisão do STF, sim; criticar, sim; desobedecer, não.

                 


Tira dúvidas!
Pelegos: Pedaço de pele ou lã utilizado para amenizar os impactos em uma cavalgadura.                                                          O sindicato dos pelegos tem como um dos seus responsáveis João Goulart, então Ministro do Trabalho do governo Vargas (1951-1954). Sindicalistas pelegos são aqueles que, aparentemente representando os trabalhadores, atendem de fato aos interesses do governo ou dos patrões.

CUT: A maior central sindical do Brasil, da América Latina e a 5ª maior do mundo, com 3.438 entidades filiadas, 7.464.846 trabalhadoras e trabalhadores associados e 22.034.145 trabalhadoras e trabalhadores na base. Apresentou inúmeras dissidências nos últimos anos, principalmente de grupos de esquerda, em oposição à relação do sindicato com o PT.

Caixa dois: Para Cármem Lúcia, ministra do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, defender a tese de que houve caixa dois de campanha para a defesa dos culpados no mensalão é o mesmo que tentar justificar um crime com outro crime ao alegar que o dinheiro distribuído a parlamentares era para o pagamento de dívidas de campanha, e não compra de apoio político. "Alguém afirmar que houve ilícito com a tranquilidade que se fez aqui é algo inédito em minha vida profissional. É como se o ilícito fosse uma coisa normal e pudesse ser assumido tranquilidade. É como dizer 'ora, brasileiro, o ilícito é normal'. A ilegalidade não é normal. Num estado de direito, o ilícito há de ser processado e punido”, palavras da ministra diante da defesa dos advogados petistas.

Declaração de José Garcia Lima concedida à Folha sobre o julgamento do mensalão: "Não há uma única campanha política no país nos últimos 50 anos que tenha sido limpa. Não defendo corrupção nem discuto descumprimento de regras. Por que diabo valem para o PT as regras eleitorais e não para os outros? Tenho de fazer campanha vendendo camisa, bóton e santinho do PT. Os outros podem fazer caixa dois que não acontece nada?

"Conheço, do PT, todos os envolvidos. Tenho absoluta certeza de que nenhum deles colocou nenhum tostão no bolso. Justiça episódica é sacanagem. Se for para todo mundo, a gente até embarca."

Renan não! Junte-se a nós!


Charge: Folha.de.SãoPaulo



Eleito por Alagoas deputado estadual, duas vezes deputado federal e atualmente em pleno exercício de seu terceiro mandato de Senador, Renan Calheiros, mais uma vez, é denunciado pelo Ministério Público.  Com uma carreira repleta de escândalos políticos, que culminaram em sua renúncia ao cargo de presidente do Senado em 2007, Renan Calheiros é o candidato mais cotado no Congresso para reassumir a vaga de presidente do Senado nesta sexta-feira, 01/02. 


Entenda a renúncia ao cargo de presidente do Senado em 2007 e a atual denúncia do Ministério Público contra Renan: Em 2007, Renan Calheiros foi acusado de ter as suas contas particulares pagas por um lobista. Na época, Renan foi acusado de pagar a pensão alimentícia de sua filha com a jornalista Monica Veloso com dinheiro de corrupção. Para não ter os seus direitos políticos cassados com a instauração de uma CPI, Calheiros renunciou ao cargo.


Nova Denúncia do Ministério Público: Em meio ao clima de disputa pela cadeira de presidente do Senado, Calheiros é acusado pelo Ministério Público de ter apresentado notas fiscais frias para tentar comprovar que não teve contas pessoas pagas por um lobista. A eleição para a presidência do Senado acontecerá nesta sexta-feira, com voto secreto, e Renan Calheiros favorito para reassumir o cargo.


Manifeste-se;


Junte-se a nós!
http://www.avaaz.org/po/ficha_limpa_no_senado_renan_nao/?bBlUzbb&v=21485









Voltamos!






“Cuidado, pessoal, lá vem vindo a Veraneio!”




                 Como previsto, a partir de hoje, estamos de volta com tudo contra a corrupção que ainda infesta este país. Avante, Brasil!