segunda-feira, 9 de março de 2015

Cidades que priorizam as pessoas: 3 iniciativas urbanas inspiradoras



                              MANIFESTO PELA MOBILIDADE URBANA: PARTE SEIS
http://cidadesparapessoas.com/
(Parte seis gentilmente cedida por cidadeparapessoas.com).


1- Curitiba - 2 Londres - 3 Copenhague

1- Por que Curitiba deu certo?

 “Você não pode deixar de visitar curitiba”. A recomendação foi feita pelo urbanista dinamarquês Jan Gehl, ao saber que o projeto Cidades para Pessoas ia percorrer centros urbanos pelo mundo buscando boas ideias de planejamento. “Curitiba é o melhor exemplo brasileiro”, disse Gehl. Não demorei a confirmar sua opinião.

   Andar pelo centro de Curitiba é percorrer caminhos entre praças. Elas são numerosas e sempre possuem o que os urbanistas chamam de “locais de permanência” – aquilo que conhecemos como bancos. Mesmo que eu não tenha saído de casa em busca de praças, elas apareciam pelo caminho, assim como surgiu o Passeio Público – o parque mais antigo da cidade, com entrada livre – e a Rua das Flores – a primeira via de pedestres do Brasil. São espaços integrados à cidade, dentro de um circuito que eu percorria, intuitivamente, à pé.

   Trânsito? Há, como na maioria das grandes cidade. Mas os eixos do transporte público da foram pensados justamente para desafogar o excesso de carros em longos deslocamentos. Os ônibus de curitiba transitam por linhas de vias expressas exclusivas e possuem estações tubulares de embarque. O sistema está sobrecarregado, é verdade, mas não precisa competir com os carros para transitar, uma vantagem e tanto.


2- Londres

   Mais opções de Mobilidade

 “A boa cidade, do ponto de vista da mobilidade, é a que possui mais opções”, explica o planejador urbano Jeff Risom, do escritório dinamarquês gehl Architects. E Londres está entre os melhores exemplos práticos dessa ideia aplicada às grandes metrópoles.

   A capital inglesa adotou o pedágio urbano em 2003, diminuindo o número de automóveis em circulação e gerando uma receita anual que passou a ser reaplicada em melhorias no seu já consolidado sistema de transporte público.

   Com menos carros e com a redução da velocidade máxima permitida, as ruas tornaram-se mais seguras para que fossem adotadas políticas que priorizassem a bicicleta como meio de transporte. Em 2010, Londres importou o modelo criado em 2005 em Lyon, na França, de bikes públicas de aluguel. Em paralelo, começou a construir uma rede de ciclovias e determinou que as faixas de ônibus fossem compartilhadas com ciclistas, com um programa de educação massiva dos motoristas de coletivos. Percorrer as ruas usando o meio de transporte mais conveniente – e não sempre o mesmo – ajuda a resolver o problema do trânsito e ainda contribui com a saúde e a qualidade de vida das pessoas.


3- Copenhague

    Do Esgoto à Piscina

  Basta atravessar as portas de vidro do aeroporto para entender a fama de cidade mais ciclável do mundo: um mar de bicicletas coloridas estacionadas dá as boas-vindas na capital dinamarquesa. Uma das primeiras cidades modernas a nortear seu desenvolvimento econômico com foco nas pessoas, Copenhague transformou avenidas em vias de pedestres já na década de 1950, quando a maioria dos governos construía viadutos para os carros.

    Em 1996, a prefeitura colocou em prática um plano para purificar as águas do canal Havnebadet, que circunda a cidade. Na época, ele estava poluído e isolado das pessoas por uma malha industrial. Essas fábricas foram removidas para uma região mais afastada, e os sistemas de esgoto passaram por ampla modernização: ganharam estações de tratamento e foram construídos reservatórios para que, em dias de chuva, o esgoto não se misturasse à água do canal.

    Com a saída das indústrias, o rio voltou a ficar visível e as margens se transformaram em áreas de lazer e recreação, ganhando mobiliário urbano como pistas de skate, quadras poliesportivas, ciclovias e campos gramados. o projeto de limpeza da água foi tão efetivo que, em 2005, foi inaugurada a primeira piscina pública de Copenhague, no meio de um canal. E a capital da Dinamarca passou a trilhar um caminho para adquirir uma nova fama: a de melhor grande cidade do mundo para quem gosta de nadar.

"Querem que eu não ande mais de carro, é isso mesmo?";


  "Não, não é isso, motorista, claro que não!"



   MANIFESTO PELA MOBILIDADE URBANA: PARTE CINCO



  Pratica um desserviço quem tenta criar uma polaridade entre carros particulares versus qualquer outra forma complementar de locomoção: versus o transporte público coletivo; versus o metrô; ou versus a bike, por exemplo. Não devemos compactuar com esse jogo de soma zero daqueles que não acreditam em uma mobilidade urbana democrática para todas e para todos, e que seja realmente eficiente, colimando várias modalidades e possibilidades de transporte.

  Para tanto, necessário é redefinirmos as nossas prioridades para uma concepção de mobilidade razoável e realmente condizente com o século XXI.

  Motorista, faço-lhe as seguintes perguntas: 01- será que você não deixaria o seu carro na garagem alguns dias da semana se realmente tivesse um transporte coletivo digno e de qualidade que o levasse com segurança para o trabalho? 
02- E se lhe fossem oferecidas segurança e possibilidade de se locomover por meio de outras modalidades, seria mesmo tão difícil você chegar ao seu trabalho ou à escola, pelo menos alguns dias da semana, ou caminhando, ou pedalando, economizando grana, e ainda aproveitando para deixar a saúde em dia?

  Não se esqueça: uma cidade realmente construída e voltada para as pessoas no mínimo deve oferecer aos seus cidadãos a oportunidade de escolher o seu meio de transporte, além de lhes oferecer informações suficientes para conscientizá-los sobre a insustentabilidade/impossibilidade de mantermos uma boa qualidade de vida, caso somente veículos particulares sejam a prioridade em uma cidade já saturada de automóveis, como Belo Horizonte.

  E então, será que hoje você realmente pode escolher de que forma quer se locomover em sua cidade? Será que hoje em dia você vai para o trabalho com o seu veículo particular, todos os dias, realmente porque você quer, ou porque o carro (que hoje representa cada vez mais gastos e transtornos causados pelo excesso de veículos nas ruas) hoje mais lhe representa uma verdadeira tentativa de "fuga" (que por sinal não tem dado certo) da ineficiência do transporte público-coletivo do que um verdadeiro conforto?

  Cidadã, cidadão: se você não está satisfeito diante dessa situação, aí vão alguns conselhos:

  Independentemente de onde você tenha conseguido criar e, por conseguinte, manter a sua capacidade de se indignar diante da nossa atual Imobilidade Urbana, se você realmente ainda acredita que pode lutar e que ainda pode exercer o seu direito de decidir o seu próprio futuro, e agora, mais do que nunca, deseja exercê-lo, pois FAÇA A SUA ESCOLHA: 

01- Ou você começa a lutar agora por uma mobilidade urbana mais humana, mais eficiente e democrática, começando a mudança hoje, por você mesmo (fiscalizando os projetos que norteiam o crescimento da sua cidade; lutando pela implantação de transporte coletivo digno;  ousando outras modalidades também eficientes de transporte), 02- ou você pode continuar se omitindo, demonstrando-se pelo menos aparentemente satisfeito pela situação que você contribui dia a dia, sem tomar nenhuma atitude para cortar a sua rédea.



"Andar de bicicleta não é a solução para a mobilidade urbana?"


"Concordo com você!"


 MANIFESTO PELA MOBILIDADE URBANA: PARTE QUATRO


   Mas também não duvido daqueles que apostam que a bike seja uma das possibilidades para uma mobilidade urbana mais humana e mais democrática.

  VARIAÇÃO DE MODALIDADES DE TRANSPORTE: acho que esse é o segredo!

  Acredito que o problema não seja necessariamente causado porque eu e você andamos de carro, ou de moto, ou de ônibus, ou de bike, etc...

    Mas acredito, e muuuiito (!), que a mobilidade urbana se torna um problema quando nos é oferecida Apenas Uma Única Possibilidade Para Nos Locomovermos: seja ela somente de carro, somente de moto, somente de ônibus, somente de bike, etc.

   Todo o mundo pode, sim, andar de carro: claro!  Assim como você também pode! Mas, CIDADÃO: não se esqueça que a Maria, a Isabela, o Lucas, o Renato, assim como os familiares de todos vocês (...) também devem ter garantido o direito de poderem se locomoverem em uma cidade de outras modalidades de transporte que NÃO SEJAM SOMENTE através do carro: seja ela de bike, de ônibus, de trem, caminhando (...). 

   Cidadão, se você quiser, você pode andar de carro todos os dias da semana. Contudo, faço-lhe as seguintes perguntas: "Você já pesou na balança o saldo do custo-benefício que você tem se você decide que vai se locomover em uma cidade saturada de veículos como BH somente através do carro?!" 

   Será que realmente vale a pena continuar gastando tanta grana com gasolina, manutenção e estacionamento simplesmente para tentar fugir da ineficiência do transporte coletivo, ao invés de lutar por um transporte público e com dignidade? Será mesmo que vale a pena continuar jogando fora a nossa sua saúde e tanto tempo da nossa vida no lixo em engarrafamentos, enquanto poderíamos chegar em casa mais cedo e termos mais tempo para ficarmos perto de quem a gente mais gosta? Será que um suposto crescimento do PIB com a venda de veículos particulares é mais importante do que finalmente colocarmos a nossa QUALIDADE DE VIDA EM PRIMEIRO PLANO, e finalmente buscarmos soluções realmente possíveis para a mobilidade urbana??!

Adihttp://ateondedeuprairdebicicleta.com.br/wp-content/uploads/2012/06/ate-onde-deu-pra-ir-de-bicicleta-transito.jpgcionar legenda


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