sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

A CUT e o PT




http://brasillimpeza.blogspot.com.br/2012/07/cut-pode-ir-as-ruas-para-defender-os.html



Na democracia brasileira, uma das maiores conquistas garantidas pela Constituição de 1988 foi ter assegurado ao cidadão o direito de se manifestar e se organizar em sindicatos, o que lhe garante um modo legítimo de defesa aos seus interesses. Entretanto, já a partir da década de 1990, muitas dessas organizações, como a CUT (Central Única dos trabalhadores), passaram a ser lideradas por representantes políticos, líderes que, ao invés de promoverem a estrita defesa aos interesses do trabalhador urbano, condicionaram-se à obediência às ordens de figurões políticos do país, remetendo-nos ao período do peleguismo no Brasil.


A CUT do Rio tem preparado uma série de manifestações em clara oposição às penas deferidas pelo STF a representantes do PT na ação penal 470, o mensalão. Líderes do sindicato, sob alegação de ter sido um julgamento político, creem que as sentenças do STF no mensalão devem ser anuladas, pois foram tomadas sob influência da mídia, da pressão popular e da oposição da base governista, com o objetivo de enfraquecer o PT. Diante de tal posição do sindicato e de seu histórico marcado por apoio ao partido dos trabalhadores, mais uma vez a maior organização sindical do Brasil parece refém da influência dos interesses de mandatários petistas, que estão no comando do sindicato, o que, novamente, nos faz repensar sobre a real atuação do sindicalismo no Brasil hoje.


Em declaração dada à Folha de São Paulo no dia 25 de janeiro, José Garcia Lima, dirigente da CUT-RJ e organizador das manifestações contrárias às punições a petistas no mensalão, crê ter ocorrido no STF “um julgamento político” e qualifica como “vítimas” os petistas condenados no caso, como o ex-ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu, e o ex-presidente do PT, José Genoíno.


Para José Garcia, não houve compra de apoio parlamentar durante o governo Lula e que, por isso, esse apoio dado a petistas não pode ser considerado subordinação da CUT ao partido (como muitos estudiosos creem acontecer), mas sim, segundo José Garcia, uma resposta democrática do maior sindicato do país a um julgamento político. Lima diz que não teme, com isso, ver a central vinculada com a defesa da impunidade, mas sim que tal posicionamento leva em consideração que “A CUT teme ser cúmplice de uma injustiça”.


Em favor dos petistas culpados pelo STF, Lima também reiterou a tese segundo a qual o caso não se tratou de compra de apoio parlamentar no Congresso a favor do governo Lula, mas somente da prática recorrente na política brasileira de caixa dois de campanha.


Para mim, soa como lamentável e no mínimo preocupante em pleno 2013 um sindicato da grandeza da CUT, com mais de sete milhões de trabalhadores representados, demonstrar-se ainda tão ligado a um partido político. Não sou contra a filiação partidária dos seus representantes, mas creio ser incorreta a posição de um líder como José Garcia, com tamanha influência sobre a classe operária no país, tomar essa posição de defesa dos condenados pelo STF pautado em sua figura de dirigente da CUT do Rio de Janeiro. 


Todos os brasileiros têm, sim, o direito garantido de se posicionarem contra ou a favor publicamente de alguma decisão deferida pelo nosso Judiciário. Entretanto, cabe-nos a tarefa importante de garantir esse direito a todos para que, segundo as suas próprias reflexões diante das sentenças, sem influências de organizações político-partidárias ou sindicatos, posicionem-se contra ou a favor de alguma decisão deferida pelos Tribunais.


A relação da CUT com o PT tem sido alvo de críticas até mesmo dentro do próprio Partido dos Trabalhadores. Ex-petistas como Fernando Gabeira, Heloísa Helena, por exemplo, em oposição à influencia do partido na CUT na década de 1990, abandonaram a sigla e ajudaram a fundar novos partidos políticos como o PV e o PSOL, hoje, partidos de oposição ao PT. A relação da CUT com o PT, por isso, e por sua recente nova empreitada em reverter as penas do STF, para muitos, há muito tempo deveria ser alvo de uma investigação a fundo da polícia federal, uma vez que, caso seja realmente comprovada tamanha influencia dessa sigla dentro da CUT, o poder de manifestação e autonomia do trabalhador urbano está subjugado aos interesses da classe dominante, da classe que está no poder e consegue se manter nele devido à sua influencia diante das massas.


Creio também ser lamentável a defesa por parte de um dirigente da CUT da tese de que o mensalão se tratou exclusivamente de caixa dois de campanha, e que, por isso, os envolvidos não podem ser presos, já que, segundo Garcia, não há nenhuma campanha política no país nos últimos 50 anos que tenha sido limpa. Acredito ser um absurdo esse tipo de posicionamento de um representante da classe operária do Brasil, país marcado em toda a sua história pelo poder das oligarquias políticas, que se mantêm no poder devido ao seu grande poderio financeiro e descumprimento das leis brasileiras.


 Diante do posicionamento da CUT em favor dos políticos petistas considerados culpados pelo STF e da importância dos sindicatos como resposta legítima do trabalhador aos patrões e empresários no Brasil, é possível inferir a real necessidade de apuramento das relações partidárias com o sindicalismo no país. Muito além do um bilhão de reais que os líderes de sindicatos movimentam anualmente com as mensalidades pagas pelo trabalhador brasileiro, o enorme número de trabalhadores filiados aos sindicatos podem ser facilmente coagidos a partir de interesses dos partidos políticos que desrespeitam as regras e corrompem a Constituição brasileira. É preciso também que a decisão do STF no caso mensalão seja respeitada, pois tal medida pode representar o início da verdadeira instauração do Estado de Direito no Brasil, onde todos poderão ser julgados igualmente, independentemente de sua classe social.  As sentenças deferidas pelo mensalão, realmente, podem causar insatisfação e descontentamento em líderes acostumados com a impunidade. Contudo, discordar de uma decisão do STF, sim; criticar, sim; desobedecer, não.

                 


Tira dúvidas!
Pelegos: Pedaço de pele ou lã utilizado para amenizar os impactos em uma cavalgadura.                                                          O sindicato dos pelegos tem como um dos seus responsáveis João Goulart, então Ministro do Trabalho do governo Vargas (1951-1954). Sindicalistas pelegos são aqueles que, aparentemente representando os trabalhadores, atendem de fato aos interesses do governo ou dos patrões.

CUT: A maior central sindical do Brasil, da América Latina e a 5ª maior do mundo, com 3.438 entidades filiadas, 7.464.846 trabalhadoras e trabalhadores associados e 22.034.145 trabalhadoras e trabalhadores na base. Apresentou inúmeras dissidências nos últimos anos, principalmente de grupos de esquerda, em oposição à relação do sindicato com o PT.

Caixa dois: Para Cármem Lúcia, ministra do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, defender a tese de que houve caixa dois de campanha para a defesa dos culpados no mensalão é o mesmo que tentar justificar um crime com outro crime ao alegar que o dinheiro distribuído a parlamentares era para o pagamento de dívidas de campanha, e não compra de apoio político. "Alguém afirmar que houve ilícito com a tranquilidade que se fez aqui é algo inédito em minha vida profissional. É como se o ilícito fosse uma coisa normal e pudesse ser assumido tranquilidade. É como dizer 'ora, brasileiro, o ilícito é normal'. A ilegalidade não é normal. Num estado de direito, o ilícito há de ser processado e punido”, palavras da ministra diante da defesa dos advogados petistas.

Declaração de José Garcia Lima concedida à Folha sobre o julgamento do mensalão: "Não há uma única campanha política no país nos últimos 50 anos que tenha sido limpa. Não defendo corrupção nem discuto descumprimento de regras. Por que diabo valem para o PT as regras eleitorais e não para os outros? Tenho de fazer campanha vendendo camisa, bóton e santinho do PT. Os outros podem fazer caixa dois que não acontece nada?

"Conheço, do PT, todos os envolvidos. Tenho absoluta certeza de que nenhum deles colocou nenhum tostão no bolso. Justiça episódica é sacanagem. Se for para todo mundo, a gente até embarca."

Renan não! Junte-se a nós!


Charge: Folha.de.SãoPaulo



Eleito por Alagoas deputado estadual, duas vezes deputado federal e atualmente em pleno exercício de seu terceiro mandato de Senador, Renan Calheiros, mais uma vez, é denunciado pelo Ministério Público.  Com uma carreira repleta de escândalos políticos, que culminaram em sua renúncia ao cargo de presidente do Senado em 2007, Renan Calheiros é o candidato mais cotado no Congresso para reassumir a vaga de presidente do Senado nesta sexta-feira, 01/02. 


Entenda a renúncia ao cargo de presidente do Senado em 2007 e a atual denúncia do Ministério Público contra Renan: Em 2007, Renan Calheiros foi acusado de ter as suas contas particulares pagas por um lobista. Na época, Renan foi acusado de pagar a pensão alimentícia de sua filha com a jornalista Monica Veloso com dinheiro de corrupção. Para não ter os seus direitos políticos cassados com a instauração de uma CPI, Calheiros renunciou ao cargo.


Nova Denúncia do Ministério Público: Em meio ao clima de disputa pela cadeira de presidente do Senado, Calheiros é acusado pelo Ministério Público de ter apresentado notas fiscais frias para tentar comprovar que não teve contas pessoas pagas por um lobista. A eleição para a presidência do Senado acontecerá nesta sexta-feira, com voto secreto, e Renan Calheiros favorito para reassumir o cargo.


Manifeste-se;


Junte-se a nós!
http://www.avaaz.org/po/ficha_limpa_no_senado_renan_nao/?bBlUzbb&v=21485









Voltamos!






“Cuidado, pessoal, lá vem vindo a Veraneio!”




                 Como previsto, a partir de hoje, estamos de volta com tudo contra a corrupção que ainda infesta este país. Avante, Brasil!