sábado, 26 de maio de 2012
domingo, 13 de maio de 2012
É preciso mudar a cena política
![]() |
http://feeliiz.blogspot.com.br/2011/07/o-jovem-e-politica.html |
Como escrito anteriormente no perfil deste blog, com exposição da autoria e transcrevendo de maneira imparcial as ideias de vários jornalistas brasileiros, posto um artigo escrito pelo jornalista Acílio Lara Resende do jornal O Tempo, Belo Horizonte, 28 de março de 2012. Assim como ele, creio que o jovem possa desempenhar um papel muito mais importante na sociedade em relação ao que muitos atualmente pouco têm contribuído para a construção da política nacional.
Numa crítica à nossa política tal como ela é hoje e, também, à imprensa, o jornalista e ex-deputado Fernando Gabeira, no artigo “Política e naufrágio”, publicado no “Estado de S.Paulo” do último dia 16, disse que “a cena política demora mais a mudar se nos desinteressamos”. E completou: “É necessário ficar o mais próximo possível que o estômago possa tolerar. As coisas não mudam rapidamente sem luta”.
Além do desagradável mal que a atual prática política faz ao estômago, ainda há, entre os jovens, campanha dirigida em favor do desinteresse por ela. Nossas redes sociais estão aí para confirmar isso. Como não apontam soluções, estimulam esse perigoso sentimento, que domina o único segmento social capaz de dar ao país novos tempos.
Essa mudança da cena política a que faz menção Gabeira é indispensável. Ela tem como acontecer e, talvez, até andar mais depressa, mas não disponho nem nunca dispus de bola de cristal e, sinceramente, embora bastante vivido, pouco ou quase nada sei da vida.
Se nós, porém, os chamados “atores esclarecidos que, na maioria das vezes, nada fizemos (nem fazemos) em favor dos nossos costumes e que temos um mínimo de condições para isso, se nós -repito- nos dispusermos a estimular a presença dos jovens na vida publica, é provável que algo de bom aconteça. Antes de tudo, é preciso levar a eles o verdadeiro sentido do bem comum, pelo qual se luta, também, através do exercício da política, que é arte nobre e que nada tem a ver com os pilantras que dela se aproveitam para roubar. Nossas redes sociais, ao invés de se dedicarem a coisas totalmente inúteis, bem que poderiam estimular os jovens a abraçar a causa pública, que é, no fundo, a sua ou, na realidade, a nossa primeira e única grande causa.
Sem essa presença continuada dos nossos jovens na vida pública a partir da universidade (por onde andam os centros acadêmicos universitários?), e isso já aconteceu em passado recente, não haverá mudança sadia nos rumos do país. Só eles podem impedir que a política continue a ser, apenas, a briga “pela avidez do ganho ou pelo gozo da vaidade, pela postergação dos princípios ou pelo desprezo dos sentimentos”, como assinalou Eça de Queiroz há mais de um século.
Não é mais possível aceitar que política é só luta por cargos, poder e dinheiro, como querem os nossos partidos. Precisamos enfrentar isso. Sem a efetiva presença dos jovens na vida política do país, e sempre dentro do regime democrático, naufragaremos todos, velhos e novos. Sem ela, perderemos a linha do horizonte, que é “traço essencial do naufrágio no mar”, como disse no artigo Fernando Gabeira.
A tarefa é árdua, mas um verdadeiro mutirão em seu favor – nos colégios, na universidade, na imprensa, nas redes sociais etc - seria um importante passo no sentido de reacender a velha esperança.
Mágico de OZ - Racionais MC's
“Desde cedo a mãe da gente fala assim: filho, por você ser preto, você tem que ser duas vezes melhor. Aí passado alguns anos eu pensei: como fazer duas vezes melhor se você está pelo menos 100 vezes atrasado? Pela escravidão, pela história, pelo preconceito, pelos traumas e pelas psicoses. Duas vezes melhor como? Ou melhora, ou você piora de uma vez, sempre foi assim. Você vai escolher o que tiver mais perto de você, o que está na sua realidade. Você vai ser duas vezes melhor como, quem foi o pilantra que inventou isso daí?” Mano Brown, Racionais MC´s.
Assinar:
Postagens (Atom)